V E R Ã O C O M C A L O R Q U E A Q U I N Ã O V A I N E V A R.
Verão com calor que a sociedade-capital, essa que espera a neve legitimar a presença de pinheiros em terra de embaúbas, não possui identidade cultural, digna da sua terra-local.
Verão com calor que a sociedade-capital, essa que espera a neve legitimar a ideia de papais noéus, renas e trenós, saírem de terras frias para se aquecerem em terras tropicais, sofrerá em depressão após decepção.
Verão com calor que a sociedade-capital atende pela cultura de massa, de natureza do consumismo, para o “bem viver” à sua maneira.
Verão com calor que a sociedade-capital, por não manter uma identidade cultural de proveniência primitiva, religiosa, tradicional, ou ideológica, extrapola os limites do bom senso e da lógica natural das condições geográficas de uma grande terra-local.
Verão com calor que a sociedade-capital apenas age por estímulos comerciais e obedece ao movimento do consumo inconsciente, e a família dos homens-2000 se une para trocar produtos entre si.
Verão com calor que após o culto de natal haverá a ressaca.
Verão com calor que a neve virtual e imaginária de alguns dias atrás já não existe mais nessa terra-local.
Verão que é proibido nevar em terra tropical.
Verão com calor que as classes da sociedade-capital se posicionaram,
cada qual em seu lugar, sob condição estabelecida pelo capitalismo vigente.
Verão com calor que a classe abastada da sociedade-capital ficará no usufruto exclusivo das reservas naturais dessa grande terra-mar-local.
Verão com calor que a classe dos trabalhadores da sociedade-capital ficará aglomerada aos mesmos locais acessíveis às suas condições econômicas.
Verão que no próximo verão não vai nevar nessa terra-local. Pelo menos não naturalmente.
Deixe um comentário